A Seleção - Kiara Cass

on sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A Seleção
Kiara Cass
Editora Seguinte
368 páginas
ISBN: 9788565765015
Resenha por: Will

Sinopse: Para trinta e cinco garotas, a “Seleção” é a chance de uma vida. Num futuro em que os Estados Unidos deram lugar ao Estado Americano da China, e mais recentemente a Illéa, um país jovem com uma sociedade dividida em castas, a competição que reúne moças entre dezesseis e vinte anos de todas as partes para decidir quem se casará com o príncipe é a oportunidade de escapar de uma realidade imposta a elas ainda no berço. É a chance de ser alçada de um mundo de possibilidades reduzidas para um mundo de vestidos deslumbrantes e joias valiosas. De morar em um palácio, conquistar o coração do belo príncipe Maxon e um dia ser a rainha.
Para America Singer, no entanto, uma artista da casta Cinco, estar entre as Selecionadas é um pesadelo. Significa deixar para trás Aspen, o rapaz que realmente ama e que está uma casta abaixo dela. Significa abandonar sua família e seu lar para entrar em uma disputa ferrenha por uma coroa que ela não quer. E viver em um palácio sob a ameaça constante de ataques rebeldes.

A SELEÇÃO é um livro tão empolgante, aquela leitura que não te deixa parar até a última página.  A não ser pela capa, eu não esperava grandes coisas no enredo da história e nem do livro em si, mas ao começar a ler percebi que as coisas que eu já tinha pré-julgado antes estavam TODAS erras, e fiquei muito feliz, amo quando livros me surpreendem e A Seleção me surpreendeu de uma maneira positivamente.

Provavelmente um monte de gente vai achar o livro fraco, se decepcionar e falar um montão porque esperava mais ação, mais intrigas e muitos outros adjetivos. Para essas pessoas só tenho que dizer um sinto muito, hoje tudo o que querem é pegar um livro que tenha a palavra "DISTOPIA" em alguma frase selecionada por grandes veículos de comunicação estampada na capa e que seja como Jogos Vorazes. Se você for ler esse livro com muita sede ao pote e esperando uma das melhores distopias de todos os tempos, vai bater forte com a cabeça no chão, pois a distopia desse livro é bem leve.

Apesar de ser uma distopia é focado mais no relacionamento dos protagonistas, o livro é mais como um reality show no estilo “The Bechelor”, onde um príncipe escolhe entre 35 meninas e a que conquistar seu coração vai herdar a coroa de princesa e se tornar um dia a rainha de Illéa. A briga e a intriga que as meninas usam são táticas no jogo da sedução, da conversa e do carisma. Cada uma jogando com suas melhores qualidades e mostrando tanto para os monarcas quanto para público que merecem ser “a escolhida”.

Amei como a autora utilizou desse recurso, para deixar o livro mais dinâmico e muitas vezes engraçado. América é uma protagonista incrivelmente forte e com suas emoções bem seguras, não é uma daquelas dondocas que saem por ai e desmaiam, ficam vermelhas em todo o momento ou faz fofoquinhas. Ela entrou no jogo apenas por um pedido e um motivo, que é ajudar a sua família, mas foi legal ver que com o passar do tempo e a convivência ao lado do príncipe ela acabou se apegando de um modo bom ao rapaz, enquanto tenta desesperadamente curar seu coração partido pelo ex-namorado Aspen e muitas candidatas tentando desesperadamente dar uma rasteira nela.

A autora introduz assuntos como politica, diplomacia e humanidade de uma forma lúdica, fazendo com que os leitores prestem atenção a esses fatores na “vida real”. O sistema por castas, igual ao que é utilizado na Índia (lembrando que aqui, a autora explora isso de uma forma diferente) também é um jeito fantástico de mostrar como essa sociedade se arruma e se encaixa.

Como já expliquei a parte da distopia é muito rala e fraca, apesar de achar que a autora vai explorar esse recurso no próximo volume da série e abusar dos clichês, o livro é divertido e Kiara sobre introduzir cada coisa no tempo certo. A única coisa que frustra é o final com um GANCHO ENORME para a sequência que só deve ser lançada nos EUA no primeiro semestre de 2013, mas como o pessoal da Editora Seginte mesmo explicou no lançamento lá na Bienal, a meta deles é trazer em um curto espaço de tempo os lançamentos “seguintes” sem aquelas enormes demoras que a maioria das editoras nos fazem esperar.

O livro é divertido quando tem que ser, tenso quando tem que ser, A Selação brinca com o gênero de reality show de um jeito agradável e muito saudável com um fundo distópico, e um sistema de castas que é bem interessante. Estou louco para ler A ELITE. A Seleção está disponível nas livrarias a partir de hoje (21), tenho certeza que vocês vão se encantar por essa história assim como eu, e fazer com que o livro se torne um dos favoritos do ano.